Lagoa de Saquarema

Pôr do Sol na Lagoa de Saquarema

Boa para pesca e para a prática de esportes náuticos, possui águas mornas, com tonalidade que varia de acordo com a luminosidade do dia. O verde, a lagoa, o mar e o céu se misturam, magicamente. 

Do Morro da Cruz, na entrada da Cidade, esta é a visão que a Lagoa de Saquarema oferece. A parada é obrigatória para fotografar, filmar e admirar. É a natureza mostrando toda a sua exuberância.

Ecossistema Lagunar de Saquarema, Sistema Lagunar de Saquarema ou simplesmente lagoa de Saquarema são nomes dado ao ecossistema aquático composto por quatro compartimentos, conhecidos por “sacos” ou “lagoas”. 

De oeste para leste, eles recebem o nome de Urussanga (ou Mombaça), Jardim, Boqueirão e de Fora (ou Saquarema propriamente dita).

A bacia hidrográfica da lagoa de Saquarema encontra-se localizada integralmente no município homônimo, compreendendo cerca de 215 km². É delimitada pelas serras de Mato Grosso, Redonda, Tingui, Portelas, Amar e Querer, Boa Esperança, Castelhana e Palmital. O ponto culminante é o pico da Lajinha, com 879m. Os principais rios são o Mato Grosso (ou Roncador), Tingui, Jundiá, Seco, Padre e Bacaxá. O rio Mato Grosso se origina na serra de mesmo nome, a 800m de altitude. 

O Tingui tem suas cabeceiras na serra homônima, onde nasce em altitudes da ordem de 700-750m. O Jundiá nasce nas bandas da serras de “Amar e Querer”, sendo alimentado pelos rios Catimbau, das Piabas, Mole e pelos córregos valão da Cachoeira e dos Pregos. 

Os rios dos Padres e Bacaxá tem suas cabeceiras na serra do Palmital. Todos eles têm seus baixos cursos retificados.

As águas dos rios são utilizadas para abastecimento de povoados, captação para comercialização em carros pipas, dessedentação de rebanhos, irrigação de lavouras, recreação e lazer e como recurso paisagístico para atrair hóspedes em Hotéis Fazenda. Um dos principais atrativos é a cachoeira do Tinguí. Mas há também as quedas de água do Palmital e do Roncador.

A lagoa de Saquarema tem uma área aproximada de 24 km², estendendo-se por cerca de 11,8 km ao longo do litoral. Seu formato lembra, grosso modo, um halter. Nas pontas estão os sacos de Urussanga e de Fora, e no meio os de Jardim e Boqueirão. Entre os sacos podem-se distinguir três canais. O primeiro, onde esta a ponta Pedra da Mica, tem menos de 200m de largura e liga os sacos de Urussanga a Jardim. O segundo, com largura de 100m, une Jardim ao Boqueirão e o terceiro, atravessado pela ponte do Jirau, tem 400m e conecta o Boqueirão com a lagoa de Fora. Neste ponto, o aterro da ponte tem estrangulado o fluxo das águas.

Estrangulamento causado pela ponte
Mapa da Década de 1930 – Fonte : Alberto Lamego

O saco de Urussanga, o maior de todos, tem formato de uma pêra. É circundado por brejos ao norte e recebe os rios Mato Grosso (ou Roncador), Tingui e o Jundiá. Em 1934, estudo do DNOS relacionou ainda os rios Taboas e Tapera Doce. Conecta-se a lagoa de Jaconé pelo canal do Salgado. Através do rio Tingui, chegam-lhe os efluentes domésticos de Sampaio Correia e do povoado de Tinguí.

O saco Jardim recebe o rio Seco, que em todo o seu baixo curso é ladeado por brejos. O saco do Boqueirão não tem rios afluentes. No saco de Saquarema ou de Fora, com formato aproximado de coração, deságuam o rio dos Padres e o Bacaxá. Este recolhe os efluentes domésticos da localidade de Bacaxá. Estreitos manguezais são observados principalmente nas margens norte dos sacos Jardim e de Fora.

A lagoa de Saquarema é bastante rasa, variando sua profundidades entre 30cm na periferia dos sacos até 1,3m na parte central. Embaixo da ponte do Jirau estão as maiores profundidades, que alcançam de 1,7 a 2,9m.

A lagoa de Saquarema abria periodicamente sua barra junto ao Morro do Nazareth, nos locais conhecidos como “Barra Nova” e “Barra Velha”. O relatório do DNOS, escrito em 1934, cita que “na época das grandes chuvas, que tombam das serras que lhe ficam ao norte, transborda, alargando as margens”. A abertura era um processo natural que ocorria nos períodos de fortes chuvas, quando a elevação do nível da água aumentava a pressão sobre a faixa de areia que acabava cedendo. As correntes de marés mantinham a barra aberta por um período relativamente curto. O funcionamento da abertura da barra teve seu equilíbrio rompido e nos últimos anos apenas com o emprego de máquinas isto era possível. As águas do mar, ao entrarem para lagoa de Fora pelo canal efêmero, rapidamente misturavam-se com as águas da lagoa.

Releva mencionar que o botânico Saint Hilaire, que esteve na região na segunda metade do século XIX, fez a seguinte afirmação enigmática: “o local da cidade foi naturalmente escolhido junto à barra hoje quase sempre fechada, pela qual outrora se podia entrar com embarcações do oceano no lago, mas que trabalhos mal orientados entupiram a entrada”. Há que se investigar o significado dos locais chamados de Barra Nova e Barra Velha para saber-se porque houve mudança de posição.

Para reduzir o tempo de renovação das águas, a SERLA vem realizando obras de estabilização da barra, através da construção de um molhe na praia de Itaúna e da dragagem de um canal que se formará entre o guia corrente e a pedra da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.

As características microbiológicas, físicas e químicas e a hidrodinâmica da lagoa são bem conhecidas graças ao intenso programa de pesquisa desenvolvido pelo Departamento de Geoquímica da Universidade Federal Fluminense – UFF.

As pesquisas mostram que a circulação da água é regida pelo vento e, quando conectada ao mar, passa a ser induzida também pelas marés. A variação da salinidade e do nível da água pode variar diariamente até semanalmente, de acordo com a duração das chuvas, da quantidade de água despejada pelos rios e do tempo de permanência da barra aberta. Em um ano, a UFF detectou na lagoa de Fora, variações de salinidade entre 10 a 30‰. Em Urussanga, a salinidade máxima não chega a 10. Medições realizadas pela UFF ao longo do ano registram que a temperatura das águas dos sacos de Urussanga e de Fora oscilam entre 18 a 33 °C, ficando em média a 25 °C.

Com abertura da barra estas condições irão se alterar. O nível da lagoa de Fora sofrerá variações diárias consoante as condições da maré. A salinidade, que antes era variável, tenderá a se estabilizar em um valor próximo ao do mar. Se a salinidade elevar-se muito no saco de Urussanga é provável que as espécies de peixes de água doce sejam eliminadas, como os acarás, traíras e jejus.

A biodiversidade permanece ainda pouco documentada e estudada. Até o momento foram encontradas 31 espécies de peixes de acordo com estudos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. A ampla maioria é de espécies estuarinas, havendo apenas 5 espécies de água doce.

Dentre os peixes citam-se: tapa, ubarana, corvina, bagre amarelo, bagre branco, bagre urutu, carapeba, carapicú, sernambiguara, pampo, xerelete, galo de penacho, parati, tainha, savelha, manjuba, caranho, peixe rei, robalo, maria da toca, acará, acará preto, barrigudinho, traíra, jeju, parati barbudo, caratinga, tambicu e anchoveta.

Além dos peixes, a lagoa é morada de caranguejos, siris, samanguaiás, ostras, diversas aves e provavelmente jacarés e cágados. Dentre todas as lagoas fluminenses, era a única que continha ostreiras (na lagoa de Fora), extintas desde a década de 50.
As áreas urbanas concentram-se na faixa de restinga entre as lagoas de Saquarema e o mar, desde o lado oeste de Urussanga até a boca da barra, dai estendendo-se pela orla leste do saco de Fora até Bacaxá.

Fonte: www.lagossaojoao.org.br

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