Pontos Turísticos de São Pedro da Aldeia

A aldeia de São Pedro foi erguida para defender Cabo Frio dos frequentes ataques dos piratas. Data da mesma época a construção da Capela de São Pedro, erguida em pedra, cal e óleo de baleia.

Capela de São Pedro

Os primeiros passos da Região e de São Pedro da Aldeia

Por Geraldo Luis Ferreira

Reconquistada a terra, e fundada a cidade, as autoridades logo chegaram a conclusão de que para salvaguardá-la de futuros ataques, era imperativo defendê-la e ampará-la com um aldeamento indígena. O qual deveria respeitar as diretrizes apontadas por Martim de Sá, filho do Capitão Salvador Correia de Sá, o qual tinha larga experiência dos problemas brasileiros, e mantinha informado por cartas o Rei de Portugal.

Em resposta aos escritos de Martim de Sá, uma carta de 20 de abril de 1617, o Rei o determina que ele deve superintender e efetivar estes aldeamentos. Em cumprindo as determinações da Coroa, e como uma das estratégias, Martim adotou para início de colonização, instituir o serviço militar para os índios, uma crítica ao sistema defensivo anteriormente adotado na região e uma proposta de apoio logístico para o primeiro ano de instalação da aldeia.

Em 1617, um requerimento do Padre Antônio de Mattos, da Companhia de Jesus ao então Capitão mor de Cabo Frio, Estevam Gomes, chama a sua atenção para o fato de que o Rei de Portugal estava preocupado com a defesa da área sob sua jurisdição direta, motivada esta preocupação pelos constantes ataques que vinha sofrendo, da parte de piratas franceses. A capitania de Cabo Frio, foi fundada em 1615, como resultado de uma ação guerreira de Constantino de Menelau, Capitão -Mor do Rio de Janeiro, contra os piratas franceses, que lutavam para estabelecer-se em definitivo nesta região.

São Pedro – Balneário

“…Lembro mais que se deve desfazer de todo um forte que ora se faz no Cabo Frio, porque não é de nenhum efeito, antes com muita facilidade o pode tomar qualquer nau de inimigos, e não sendo nenhuma coisa correrá a fama que tomaram um forte de grande importância na Costa do Brasil, e se uma aldeia ali se puser com uma cabeça de gentio e com a minha assistência, se poderá defender a desembarcação aos inimigos, e escusarem-se cinco ou seis mil cruzados que custa, a cada ano, à Fazenda de Vossa Majestade; sustentar-se o dito forte sem ser de nenhum efeito, e toda informação que se der a Vossa Majestade, de haver o dito forte naquela parte, é errada, por não a dar quem tem notícia e experiência daquelas partes …”

Para os primeiros historiadores, a data de fundação da Aldeia de São Pedro de Cabo Frio, não constitui um ponto pacífico. Entretanto Silva Lisboa, Alberto Lamego e o Padre Serafim Leite, concordam em que a data de 31 de maio ( retirado do texto …”derradeiro de maio”. ) seria o dia exato do despacho do Capitão Mor de Cabo Frio, Estevam Gomes, ao requerimento que lhe fora interposto, pelo Padre Antônio de Mattos, Reitor do Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro.

A carta da sesmaria foi passada em 2 de junho seguinte e a posse verificou-se no dia 16 do dito mês. As terras que seriam concedidas aos índios, ficaram em sua terça parte na posse dos padres da Companhia. Elas abrangiam duas sesmarias, uma em lugar determinado – JACURUNA -; provavelmente o primeiro nome da região onde hoje se situa SÃO PEDRO DA ALDEIA, e cujo nome vem do JACU, ave de cor preta comum na região. A outra região escolhida seria na Ponta de Búzios ou em Iguna, onde se lê: “… sendo que a rejeitada, seria repartida pelo povo, o que nunca se fez …“, conforme Lamego, em A Terra Goytacáz.

Casa dos Azulejos

A aldeia em breve, começou a atrair várias tribos de indígenas que viviam dispersos na região, que para ela vinham em busca de alimentos, ou de proteção contra os índios Goitacases. Este fluxo constante de novos contingentes humanos trouxe uma rápida prosperidade à Aldeia, justificando a solicitação de nova sesmaria, para os padres da Companhia e para os índios. Em 1630, pois ” eles e Goitacases têm necessidade de pastagens que possa trazer o gado, do qual se valham para seus remédios para cuidarem com o que falta à sua igreja, para a qual não se dá coisa alguma da Fazenda de Sua Majestade…”

Nestas terras, doadas pelo Capitão-Mor Governador, Martim de Sá, jesuítas e índios da Aldeia de São Pedro, construíram a fazenda de Santo Inácio dos Campos Novos, localizada pouco antes da cidade de Barra de São João.

Para se ter uma idéia do crescimento da aldeia, em 1689, a Aldeia de São Pedro de Cabo Frio, tinha três vezes a população de Niterói.

Assustados pela fome e pelas guerras, muitos índios pertenciam ao temido povo dos Goitacases. Uma carta de 1620, dá os pormenores de sua catequese:

“…Desejo, e ei de por todas as minhas forças para fazer as pazes entre estas nações tão bárbaras, como são os gequirtos e os aitacases guaçus, porque feito isto, fica todo este sertão em paz, e será uma coisa que há muito tempo desejamos. Mas agora pela vontade e bondade de Deus, parece que lhe vem chegando sua hora. E que Deus, por sua misericórdia, mantê-los em seu curral …”

Ainda em 1648, os índios Gessaruçus viriam aumentar ainda mais este contingente. Esta tribo, também chamada de Guarulhos, chegou a São Pedro vindo de suas terras que ficavam além da Serra dos Órgãos, nas margens do Piabanha e do Paraíba.

São Pedro – Praia

A data efetiva da fundação desta aldeia de São Pedro pode ser deduzida se seguirmos a conclusão de Geraldo Luiz Ferreira, nosso historiador nato, que mergulhou de corpo e alma na história aldeense: “…Pelo patrono tomou, pela proximidade da data da posse (16 de junho ) com a data em que se comemora a figura ímpar do primeiro dos Papas, e pelo consagrado costume de encomendar as aldeias e vilas aos santos correspondentes ao dia da sua fundação, sou levado a crer que a Aldeia de São Pedro do Cabo Frio, teve vivência histórica a partir de 29 de junho de 1617”.

Em meados do século XVII, apenas três décadas após a instalação dos Jesuítas na Capitânia de Cabo Frio, o crescimento, o aumento da área de influência, principalmente indígena, vital para economia de Cabo Frio, começou a despertar reclamações e pleitos por parte das Câmara e Capitães Mor desta cidade. Um novo capítulo estava para ser escrito na História aldeense.

Criação do Município

Por Geraldo Luis Ferreira

Em 1815, de passagem pela aldeia, o Príncipe Maximiliano deixaria a seguinte descrição:

“São Pedro dos Índios é uma aldeia indígena que os jesuítas parecem ter primeiramente formado com os goitacases. Há, aqui, como era de se esperar, uma bonita igreja, além de várias residências, que são simples casebres de barro, todas elas, com a maior parte das habitações, esparsas pelas cercanias, ocupadas pelos índios. Tinham estes um capitão-mor (equivalente ao alcaide) de sua própria raça, mas que não possuía nenhum privilégio além do título.

Há poucos portugueses, quase todos os indígenas têm a estampa genuína da raça, com algumas características. As roupas e a linguagem eram as das classes baixas portuguesas, e somente em parte, conservavam o conhecimento da linguagem original. Tinham a pretensão de se fazerem passar por portugueses e olhavam com desprezo os irmãos ainda selvagens”.

Praia da Baleia

A passagem de Maximiliano abre uma etapa onde a visita de cientistas e naturalistas ou simples aventureiros europeus tornou-se comum. Um deles, Saint Hilaire, chamou a atenção para o futuro destas populações:

“…todo o índio pode ceder seus campos a um homem branco; mas as terras da aldeia, sendo consideradas como inalienáveis, o branco não pode restituir ao indígena; ele indeniza-lhe apenas o valor das plantações. Apenas observei que se não se modificar o regulamento atualmente em vigor, e se deixar persistir os odiosos abusos aí introduzidos, o território dos índios, por inalienáveis que seja, passará aos poucos, às mãos brancas. Estes, sem dúvida, serão somente locatários, mas o Estado ou seus prepostos, tornar-se-ão os verdadeiros beneficiados, não restando aos aborígenes senão a propriedade nominal . . .

. . .Muitos brancos, atraídos pela fecundidade das terras da aldeia e pela taxa moderada pela qual se pode obtê-la, vieram estabelecer se em São Pedro, ocasionando não somente uniões passageiras, como também casamentos, que alteram a raça indígena”

Muitos outros viajantes deixaram suas impressões sobre a terra aldeense. Saint Hílaire previu com desenvoltura o futuro dos índios, aos poucos submetidos e liquidados em sua cultura autóctone.

Basta lembrar, que até o século XIX, a Aldeia de São Pedro era uma reserva indígena, cujas terras pertenciam aos índios, e eram por eles administrados. Os índios por sua vez eram tutelados por uma conservatória, através de um Juiz de Órfãos e dos índios. Os poucos brancos que habitavam nas terras do aldeia pagavam foro à Conservatória.

Os brancos, através do instituto do aforamento, foram gradualmente se infiltrando nas terras da aldeia, e iniciando uma exploração de braço escravo, a mão de obra negra chegava a São Pedro, principalmente com a cultura do café. Data desta época a construção das primeiras casas de residência e fazenda, feitas com óleo de baleia, pedra e cal.

Um dos exemplos desta arquitetura é a famosa Casa de Azulejos, próxima à praça principal, erguida em 1847, pelo fazendeiro Feliciano Gonçalves Negreiros, e para a sorte da população aldeense, até hoje conservada, atualmente na propriedade da Sra. Maria dos Anjos Pinheiro dos Santos.

Praia da Tereza

Em 2 de fevereiro de 1840, os brancos de São Pedro fundam a Irmandade do Santíssimo Sacramento, responsável pela construção do cemitério da Irmandade e também pela construção da nova igreja, na frente da antiga e simplória igreja dos jesuítas. O motivo principal desta construção foi que o homem branco do século XIX, voltado para a cultura europeia, decidiu substituir a tosca e simples igreja dos índios por um templo mais de acordo com os “padrões do século”. Quando de passagem pela região, em 10 de julho de 1865, a Princesa Isabel e o Conde D’Eu, seu marido, passaram a fazer parte da Venerável Irmandade.

Somente após a extinção da Conservatória dos índios é que foi possível aos brancos adquirirem a propriedade das terras. A esta época, por outro lado, os índios da aldeia já tinham sido totalmente aculturados, se miscigenando com os brancos.

Foi preciso que decorresse quase um século da criação da Freguesia, que se passassem alguns anos de extinção da Conservatória dos índios, e que se chegasse á república, para que a Aldeia de São Pedro do Cabo Frio ganhasse autonomia administrativo, e se separasse de Cabo Frio.

Pelo Decreto nº 118, de lO de setembro de 1890, foi criada a Vila de Sapiatiba (abundante em sapé, conforme o Tupi), com sede na Freguesia da Aldeia de São Pedro, abrangendo os seus limites. O Município de Sapiatiba foi desanexado de Cabo Frio, ainda que permanecesse fazendo parte da comarca do mesmo. O decreto foi assinado pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Portella.

Quase dois anos depois, pelo Decreto nº 1, de 28 de maio de 1892, o então presidente do Estado do Rio de janeiro, José Thomaz da Porciúncula, declarou extinto o município de Sapiatiba, voltando a integrar o de Cabo Frio. Para esta medida, ele alegou que a vila não tinha a população necessária (10 mil habitantes) para ser independente.

A situação econômica, social e política dos habitantes da Freguesia da Aldeia de São Pedro não podia aceitar passivamente essa regressão política e administrativa, e suas reivindicações justas e clamorosas, resultaram na Lei nº 35, de 17 de dezembro de 1892, que restaurou o Município de Sapiatiba, atribuindo-lhe desta vez, o histórico e antigo nome do padroeiro da aldeia e da freguesia de São Pedro da Aldeia.

Através da Lei Estadual nº 2.335, de 27 de dezembro, de 1929, a Vila de São Pedro da Aldeia adquiriu foros de cidade.

Até 1922, o presidente da Câmara Municipal era quem exercia o poder executivo em São Pedro.

Praia dos Carbeiros

Conforme princípios jurídicos estabelecidos por Rui Barbosa. Em 14 de outubro de 1957, foi criada a Comarca de São Pedro da Aldeia, dando ao município status que faltava em sua independência político administrativa.

História de São Pedro da Aldeia

A colonização das terras que atualmente constituem o Município de São Pedro da Aldeia remonta aos princípios do século XVII.
Foi em 1617, precisamente em 16 de maio, que no território da atual cidade fluminense se verificou a fundação da “Aldeia de São Pedro”, com o inicio da construção da capela dedicada a São Pedro, primeiro marco de colonização levantado nessas terras.

Essa Fundação deveu-se aos missionários da Companhia de Jesus, possuidora da concessão de uma sesmaria, medindo 4 léguas de terra, a serem demarcadas na região.

Tudo faz crer já existisse no lugar escolhido para sede da povoação, justamente onde hoje se ergue a Cidade de São Pedro da Aldeia, um arraial indígena aproveitado pelos Jesuítas como base de sua obra catequizadora. Segundo tradição, acredita-se pertencessem os índios às tribos dos tamoios e goitacazes.

Iniciada a obra de catequese, começaram desde cedo os religiosos a colher frutos de seus ensinamentos, com a melhoria das moradias e a expansão e desenvolvimento das lavouras. Com isto, aumentou a atração de forasteiros brancos, na sua maioria portugueses, seduzidos pela feracidade do solo.

Praia do Sudoeste

Ao iniciar-se a segunda metade do século XVIII, florescia o empreendimento dos Jesuítas quando, atingida a Ordem pelas leis ditadas no Reino pelo Marquês de Pombal, se viram os religiosos na contingência de abandonar o controle da povoação, que passou a ser administrada pelos padres da Ordem dos Capuchinhos.
Que esses religiosos continuaram dignamente a obra de seus antecessores atesta-o o fato de já em 1795 ser a localidade incluída no rol das freguesias fluminenses, por força do Alvará expedido em 22 de dezembro daquele ano, e se haver concluído a construção da Igreja Matriz, em 1783.
Durante um século permaneceu a povoação com o predicamento conseguido em 1795. O progresso da Cidade de Cabo Frio, muito próxima, não facilitava o desligamento de São Pedro da Aldeia e a freguesia, algumas vezes citada em decretos, deliberações, leis e alvarás como “Aldeia de São Pedro”, teve, durante esse longo período sua autonomia impossibilitada, dada essa condição natural de satélite geográfico e econômico de Cabo Frio.

Apesar da contribuição prestada nesse período à lavoura regional pelo elemento negro escravizado, é justo que se observe que a promulgação da Lei Áurea, a exemplo do que sucedeu na maioria das comunas fluminenses, não afetou vitalmente a economia local. O que ali se verificou foi a mudança de atividades por parte dos libertos que, abandonando as lavouras, se voltaram para a pesca.

Em consequência dessa rápida adaptação é que, poucos anos transcorridos após a decretação da Lei libertadora de 1888, enquanto grande parte dos municípios lutava com a mais desesperadora crise, São Pedro da Aldeia conquistava a emancipação político-administrativa.

Casa da Flor

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