Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
Única área de preservação dedicada à vegetação de restinga, o Parque Nacional de Jurubatiba é um dos maiores tesouros ambientais do país. Criado por Decreto Federal em 24 de abril de 1998, Jurubatiba é uma Unidade de Conservação Federal que tem como objetivo conservar e preservar, para fins científicos, educacionais, paisagísticos e recreativos, o patrimônio natural. O Parque abrange, além de Macaé, os municípios de Carapebus e Quissamã.
Com 14.860 hectares, sendo 44 quilômetros de costa, o Parque está inserido em planície arenosa costeira. A área em questão, embora seja regionalmente conhecida como restinga, é na realidade um conjunto de ecossistemas diferenciados pela elevada biodiversidade e grande fragilidade ecológica. A região abriga ainda 18 lagoas costeiras. A restinga de Jurubatiba é um trecho único do litoral brasileiro, o qual é biograficamente diferenciado das demais, através de processos ecológicos, de fauna e flora características. Recentemente foram identificadas várias espécies novas de crustáceos planctônicos, como os copépodes Diaptomus azurea e Diaptomus fluminensis.
As formações vegetais de Jurubatiba não são encontradas em outros trechos do litoral fluminense, possuindo elevado número de espécies endêmicas, que por sua restrita distribuição geográfica estão ameaçadas de extinção. Entre as espécies da flora da restinga de Jurubatiba, encontram-se muitas de valor econômico, além de um importante banco genético com enormes possibilidades para o home
A fauna da região ainda está em estudo. Muitas espécies extintas em outras restingas do estado podem ser encontradas na restinga de Jurubatiba, sendo este trecho do litoral uma importante área de refúgio para muitas espécies, entre elas o Papagaio Chauá (Amazona rhodocorytha) e a Sabiá da Praia (Mimus gilvus). Da qualidade ecológica das lagoas costeiras dependem várias espécies de aves residentes ou migratórias, tais como: garças, maguaris, carões, socós, gaviões, etc. Além das aves são encontradas, na restinga, animas como a lontra, o jacaré-de-papo-amarelo e o cágado-do-brejo.
Atualmente a restinga de Jurubatiba é caracterizada também, por concentrar o maior número de pesquisadores em atividade no litoral brasileiro. O grande número de atividades de ensino e pesquisa tornam a restinga de Jurubatiba um modelo de gerenciamento ecológico da costa brasileira. Além da sua importância ecológica, o Parque tem grande potencial turístico, cujo plano de ação ainda esta sendo estudado, de acordo com o plano de manejo, elaborado pelo Ibama em parceria com as prefeituras.
Reserva Biológica União
Com território cortando os municípios de Macaé, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, a Reserva Biológica União foi criada por Decreto Federal em 22 de abril de 1998. Sua função é assegurar a proteção e a recuperação de remanescentes da Floresta Atlântica e assegurar a proteção de uma das maiores populações de mico-leão-dourado do estado.
A área, anteriormente denominada Fazenda União, possui 3.126 hectares quilômetros quadrados, dos quais, 2.368 hectares são de mata bem preservada. Até 1951, a área pertenceu à companhia ferroviária inglesa The Leopoldina Railway Company Limited S/A, que vinha explorando a madeira nativa da região a fim de alimentar as caldeiras das locomotivas a vapor. Nesse ano, todos os bens foram transferidos à União, que os repassou à Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). Após a transformação do sistema das locomotivas – de vapor para óleo – na década de 1940, a companhia promoveu o plantio e o beneficiamento de eucaliptos para ser utilizados como dormentes na linha férrea.
Com a privatização da RFFSA, em 1996, houve a oportunidade de o governo federal concretizar o anseio de instituições científicas, ONGs e conservacionistas nacionais e estrangeiros, que lutavam pela preservação do mico-leão-dourado e seu habitat , destinando a área para a conservação da espécie, que já vinha sendo reintroduzida no local desde 1993. A partir dessa data, a pesquisadora Cecília Kierulff durante dois anos, com autorização do IBAMA, iniciou o repovoamento da espécie na área, com a translocação de seis grupos (43 indivíduos) para a então Fazenda União. Atualmente, a população atinge cerca de 300 indivíduos.
Diversas nascentes locais formam os principais cursos d´água da reserva – os rios Purgatório e Dourado, que, por sua vez, contribuem para as bacias dos rios Macaé e São João. Vários trechos de mata apresentam elementos primários, como jequitibás centenários, vinháticos, ipês, cedros, bromélias, orquídeas e lianas, entre outros. A fauna é diversifícada, apresentando, além do mico-leão-dourado, outras espécies em extinção, como preguiça-de-coleira, jaguatirica, lontra, surucucu-bico-de-jaca, bugio, jacaré-de-papo-amarelo, entre outras.
A Reserva Biológica União constitui excepcional ambiente para manejo e proteção não só do mico-leão-dourado, mas também de uma série de outras espécies características da região. É considerada área importante para preservação da biodiversidade de Mata Atlântica de baixada, estando incluída no mapeamento de áreas chave para a proteção de aves endêmicas, raras e ameaçadas de extinção. A Reserva já conta com cerca de 20 projetos de pesquisa.
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